A manhã desta terça-feira (28) foi marcada por manifestações em frente à Câmara dos Deputados contra a Reforma da Previdência (PEC 287/16). Um grupo de servidores públicos federais, de representantes do movimento estudantil, de moradia, além de centrais sindicais ocuparam uma das entradas da Casa para afirmar que a proposta do governo Temer não passa no Congresso.

Munidos com faixas e cartazes com palavras de ordem e listas dos desmontes já causados por Temer desde que assumiu a Presidência da República, o grupo reivindica ainda uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para expor os danos que a proposta do governo causará aos trabalhadores.

Apesar de Maia ser declaradamente favorável à PEC 287, parlamentares da Oposição se comprometeram a articular o encontro.

A manifestação contou com o apoio de deputados de partidos de Oposição, com o PCdoB, PT, PSol. A vice-líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), aproveitou a oportunidade para reforçar que o novo texto apresentado pelo governo é tão cruel quanto a proposta original. A parlamentar alertou que o déficit anunciado pelo governo é mentiroso e elencou os benefícios que Temer tem consigo passar para “os grandes”, como a aprovação do Refis, a tentativa de renegociação da dívida de ruralistas, entre outras.

“Sabem quanto o governo vai deixar de arrecadar com a MP do Petróleo? R$ 1 trilhão. Sem contar nas outras benesses que já deu a ruralistas, empresários. Esse é um governo canalha, que fala fino com os grandes para falar grosso com os trabalhadores que ganham menos de um salário mínimo. Não tem acordo possível e esta será a maior derrota desse governo”, afirmou Jandira.

Para o líder do PSol, deputado Glauber Braga (RJ), a partir de agora, manifestações serão essenciais para mudar o rumo das votações na Casa. A expectativa do governo é colocar a PEC 287/16 em votação já na próxima semana. No entanto, Temer ainda não os 308 votos necessários para fazer uma mudança constitucional.

"Não podemos aceitar mentiras como fato consumado. Quem vira esse jogo é a rua, são os trabalhadores organizados. Esse é o caminho para barrar essa reforma”, disse o parlamentar.

Segundo os servidores, esta mobilização é um “esquenta” para o dia 5 de dezembro, quando centrais sindicais estão convocando uma nova greve geral.

“Dia 5, na greve geral, estaremos nas ruas em todo o país para barrar essa reforma. Essa também é uma luta da juventude. Se a Reforma da Previdência passar, aliada à Reforma Trabalhista, vai assassinar de vez o futuro da juventude, que não terá emprego digno nem perspectiva de se aposentar. Temer quer salvar seu pescoço, mas não vai conseguir”, afirmou a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias.

Para a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), este é o início de “uma maratona em defesa dos direitos dos trabalhadores”, força, que, segundo ela, “vencerá”.