As saídas para a crise econômica e política e as ameaças ao regime democrático estiveram em debate na abertura do Encontro Nacional do PCdoB sobre as eleições municipais de 2016. Parlamentares da Bancada Comunista reagiram, nesta sexta-feira (11), conclamando as forças vivas da sociedade, frente às tentativas da oposição em querer ferir a democracia com um “golpe jurídico e midiático”.

Os embates políticos que se acirram cada vez mais, tomando proporções que colocam em xeque a estabilidade institucional do Brasil. Dos tribunais, com decisões que ultrapassam as bases legais e apontam seus martelos apenas para a esquerda, ao Parlamento, onde o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, insiste em uma pauta conservadora. 

A necessidade de um pacto entre os partidos progressistas e o conjunto da sociedade para enfrentar tais entraves ao crescimento econômico e desenvolvimento social foi apontada aos militantes do PCdoB pela deputada federal e presidente nacional do partido, Luciana Santos (PE). 

Ela destaca que a principal iniciativa é “defender uma grande frente ampla. Porque até hoje o que existe é uma tentativa de isolamento do nosso campo político, da presidenta Dilma e dos ataques que Lula tem sido vítima. Como uma verdadeira caçada. Nós vamos reagir com argumentos e debates de ideias”. 

Segundo Luciana, a sociedade está “vivenciando dias decisivos para a história brasileira”.

E complementa:  “Nós vamos enfrentar esta luta para garantir a retomada do crescimento," diz.

Diante dos impasses e das tentativas de imposição de um terceiro turno nas eleições, Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão, sublinhou “a importância de nós estarmos firmes nesta linha política de defesa da democracia, do Estado de direito e da Constituição. Qualquer tentativa de pacto que implique na saída da presidenta Dilma é golpe”. 

Sobre o combate à corrupção, Dino enfatizou não haver “nada mais corrupto do que a abissal, obscena desigualdade social no Brasil”. 

Em um ambiente de crise, os parlamentares do PCdoB têm procurado ser propositivos para vencer esta agenda “retrógrada” que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tem colocado em pauta. Para o líder do PCdoB na Câmara, Daniel Almeida (BA), o partido assumiu protagonismo no enfrentamento às manobras da oposição ao impedir o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. No campo econômico, o deputado indica o caminho para a retomada dos empregos e do desenvolvimento. 

A atuação dos parlamentares tem sido no sentido de maior “articulação com o movimento social”. Reforma tributária progressiva, com aumento de tributação sobre grande capital e as grandes fortunas, com as medidas de fortalecimento da produção e da indústria nacional e o aumento do emprego e da renda dos trabalhadores”, afirmou Daniel Almeida.      

Participaram dos debates as principais lideranças do PCdoB, como Renato Rabelo, o vice-presidente nacional da legenda, Walter Sorrentino, a senadora Vanessa Grazziotin (AM) e os deputados federais Angela Albino (SC), Davidson Magalhães (BA), Chico Lopes (CE), Jandira Feghali (RJ), Jô Moraes (MG), Wadson Robeiro (MG) e Orlando Silva (SP). O Encontro Nacional do PCdoB segue até domingo (13) em Brasília.