O embate contra a retirada de direitos e o autoritarismo, promovidos de maneira acelerada pelo governo de Michel Temer e sua base parlamentar, ganhou fôlego nesta quarta-feira (18). PCdoB, PT, PSB, PDT, PSOL, PCB e PCO uniram-se em uma frente ampla e social em defesa da democracia, da soberania nacional e dos direitos do povo brasileiro.

O manifesto do grupo foi lançado em ato político na Câmara dos Deputados e traz os preceitos de sua articulação. Os três eixos fundamentais da unidade se baseiam: na defesa intransigente das liberdades democráticas, dos direitos políticos e de eleições livres; no enfrentamento intransigente da violência disseminada pela extrema-direita; e na defesa dos direitos sociais, da soberania e do patrimônio nacional.

A presidente nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), é uma das responsáveis pela articulação da Frente. Para ela, este é mais um importante passo para resistir aos atropelos do governo ilegítimo e apontar novas perspectivas para “os tempos tenebrosos deste nosso país pós-golpe”.

“O que temos assistido desde então é um desmonte célere do que há de estruturador em um Estado. São ameaças contra o interesse público e nacional, independente do caráter ideológico ou força política. Como se não bastasse destruir o direito ao voto e fazer ataques constantes à soberania, existe um conluio contra as possibilidades de a esquerda exercitar seu papel, ao orquestrarem a perseguição a um inocente, que é o presidente Lula. Isso precisa ter fim, aqui vai ter luta”, reforçou.

A senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT, destacou o lançamento da aliança como um marco na história política do Brasil, principalmente neste momento de ameaça latente ao Estado democrático de direito.

“O presidente Lula é um preso político no país, e essa prisão é resultado da desestruturação do país e dos ataques ao povo e aos seus direitos. Isso é uma ameaça à democracia. Quem será a próxima vítima? Vivenciamos uma instabilidade institucional sem que os poderes sejam observados do jeito que deveriam. Somos contra a seletividade e a forma que esses setores atuam. A liberdade de Lula é a do povo brasileiro, de seus direitos e conquistas”, pontuou a senadora.

Apesar de o documento ter sido marcado pela assinatura dos sete partidos, a intenção é que a Frente seja ampliada. Foi o que indicou Juliano Medeiros, presidente do PSol, ao apontar que as legendas precisam batalhar unidas no Parlamento, mas também fora dele.    

“Preservando as diferenças partidárias, e inclusive as distintas candidaturas à Presidência da República, vamos nos engajar em uma corrente de pensamento e ações para alargar a frente e despertar a consciência democrática nas entidades, movimentos e sociedade civil. A luta aqui está acima das eleições. Nossa frágil democracia não será vilipendiada pela onda de ódio e intolerância”, argumentou.

Os presidentes das legendas ainda fizeram menção ao assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, como sendo o episódio mais dramático dessa espiral de violência, embora não tenha sido o único. 

As Lideranças da Minoria e da Oposição na Câmara dos Deputados e no Senado Federal se colocaram à disposição para receber a participação de entidades e movimentos sociais na Frente.