Cresce a pressão sob o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, Felipe Francischini (PSL-PR), para votar nesta semana um requerimento de convocação do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Ele desistiu de comparecer ao colegiado na audiência marcada para quarta-feira (26). Os deputados não querem esperar pela decisão de Moro sobre uma nova data e querem sua convocação.

Caso o ministro não compareça numa eventual convocação, ele pode responder por crime de responsabilidade.

“Moro foge da Câmara. Que beleza! Faremos convocação do ministro. Ele terá de enfrentar o debate os questionamentos na Casa do Povo”, publicou no Twitter a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), líder da Minoria na Câmara.

Para a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) o ministro fugiu do debate na Câmara. “Se o ministro não apresentar nova data para comparecer, terá que vir por convocação. Ele tem o dever de explicar as graves denúncias contra a condução da Operação Lava Jato”, disse a deputada.

Neste domingo (23), a Folha de de S.Paulo divulgou novos diálogos em reportagem com o site The Intercept Brasil. Os veículos mostram como os procuradores se articularam para proteger o então juiz e evitar que tensões entre ele e o Supremo Tribunal Federal paralisassem as investigações em março de 2016.

Ex-juiz responsável pela operação e hoje membro do governo Jair Bolsonaro, Moro não falou sobre o assunto. No Twitter, publicou, em latim, citação do filósofo romano Horácio: “Parturiunt montes, nascetur ridiculus mus (As montanhas partejam, nascerá um ridículo rato)”.

Em resposta à declaração, o ex-presidenciável do PT Fernando Haddad publicou em rede social: "‏Moro pariu um golpe". Folha não detectou nenhum indício de que material da #VazaJato possa ter sido adulterado.