Às 2h53 desta quinta-feira (15), após manobras, a base de Temer conseguiu aprovar a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16, que trata da Reforma da Previdência, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Foram 31 votos contra 20 e, agora, o texto seguirá para análise de mérito em uma comissão especial, que deverá ser criada em 2017.

Para o deputado Rubens Pereira Jr (PCdoB-MA), membro do colegiado, o resultado apertado aponta um enfraquecimento do governo Temer. “Eles não chegaram sequer na maioria absoluta dos votos na comissão. E só chegou a este resultado porque foi na calada da noite, de madrugada, e com o governo fazendo várias substituições de membros. Para mim, isso mostra que na comissão especial, o governo Temer terá ainda mais dificuldades para aprovar esta reforma que retira tantos direitos dos trabalhadores”, alerta.

A instalação da comissão especial apenas depois da eleição da Mesa Diretora de 2017, em fevereiro, fez parte de um acordo com a oposição para que a base de Temer conseguisse dar continuidade à tramitação da matéria. A ideia inicial do governo era instalar a comissão de mérito ainda este ano.

“Conseguimos fazer com que a comissão especial venha só depois do dia 2 de fevereiro. Só então os líderes indicarão os membros e abrirá o prazo de emendas ao projeto. Com isso, nós teremos dois meses para discutir com a sociedade, preparar as emendas, coletar as assinaturas e em fevereiro tocar a matéria. Na prática, Michel temer está dentro de uma frigideira, com fogo alto, e o fogo é justamente uma Reforma da Previdência como essa. Nossa tarefa é fazer com que toda sociedade compreenda o pacote de maldades do governo e, com isso, acabe ainda mais a legitimidade, que já é pouca, do presidente Michel Temer”, explica Rubens Jr.