A corrupção entranhada no governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB) exige que sua interinidade seja interrompida o mais rápido possível. À frente da Bancada do PCdoB na Câmara, Daniel Almeida (BA) considera que os pedidos de prisão contra Eduardo Cunha e nomes de confiança de Temer são um atestado de que o interino não tem condições mínimas de seguir nem mesmo provisoriamente no comando do Brasil.

A informação foi divulgada, nesta terça-feira (7), pelo jornal O Globo. Conforme a reportagem, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu as prisões ao Supremo Tribunal Federal (STF) há pelo menos uma semana. Ele argumenta que se não fossem as gravações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com o ex-presidente da República Sarney, o ex-ministro de Temer, Jucá e o presidente do Senado, Renan Calheiros, haveria uma operação coordenada para barrar as investigações da Lava Jato. Nos áudios divulgados, há inclusive discussão sobre mudança da lei que permite as delações premiadas que atingem políticos. Quanto a Cunha, o problema é que ele foi afastado, mas continuou interferindo no processo. O peemedebista foi um dos grandes articuladores do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.

As solicitações estão nas mãos do ministro Teori Zavascki. Foi pedido ainda o afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado, tendo como base argumentos similares ao pedido que afastou Cunha da presidência da Câmara e do mandato de deputado federal.

Para Daniel Almeida, o Supremo está dando o mesmo tratamento que foi dispensado ao senador Delcídio Amaral, preso por obstrução de justiça, sendo que agora a situação é mais grave. Por essa razão, o processo de impeachment deve ser concluído rapidamente no Senado. “É um elemento a mais a agravar a crise, demonstrando a inviabilidade do golpe que não pode continuar. Os pedidos de prisão atingem o núcleo da conspirata que promoveu o golpe,” diz. Neste cenário, o plebiscito é um caminho possível. A população deve ser consultada sobre o rumo a tomar, se a solução é antecipar ou não as eleições, complementa o líder comunista.

Já a deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP) defende que a presidenta retorne ao Palácio do Planalto. "O pedido de prisão só demonstra o que já vínhamos denunciando: que se trata de um bando que assaltou o poder central do país e que conspirou para derrubar uma presidenta legitimamente eleita por mais de 54 milhões de brasileiros. É preciso não somente exigir suas prisões, mas também que seu governo seja colocado de volta. Isso demonstrará respeito ao povo e valorizará a democracia brasileira,” afirma.