A Câmara dos Deputados realizou, nesta terça-feira (19), uma Comissão Geral para debater políticas públicas em apoio e defesa dos direitos das vítimas de Covid-19 no país. A sessão reuniu representantes da sociedade, gestores e profissionais de saúde, vítimas e familiares de pessoas que perderam a vida para o novo coronavírus.

O objetivo do debate foi aprofundar a formatação de medidas visando à necessária reparação de perdas e à efetivação de direitos das vítimas da pandemia. Os deputados discutiram com os convidados a viabilização de políticas públicas de saúde, assistência e Previdência Social, entre outras.

A reunião sugerida pelo deputado Pedro Uczai (PT-SC) recebeu o apoio do PCdoB e de outros 14 parlamentares de diversos partidos, como PDT, PSB, Psol, PSD, Podemos, PSDB e MDB. Entre os convidados, estavam juristas, sindicalistas e especialistas no enfrentamento de crises sanitárias.

Por indicação do líder do PCdoB, deputado Renildo Calheiros (PE), participaram do debate o bioquímico Ronald Ferreira dos Santos, presidente da Fenafar (Federação Nacional dos Farmacêuticos) e dirigente nacional da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil); além de Vanja Andréa Santos, integrante do Conselho Nacional de Saúde e presidenta da UBM (União Brasileira de Mulheres).

"Não há possibilidade de políticas públicas serem implementadas se não enfrentarmos a questão central desse momento, que é afastar este governo criminoso", destacou o presidente da Fenafar. Ronald Ferreira lembrou que a CPI da Covid no Senado vem comprovando que esta tragédia, que já vitimou milhões de brasileiros, "é resultado da conduta criminosa e irresponsável do presidente (Bolsonaro)".

"O governo brasileiro se omitiu de socorrer as pessoas, revelou a mais absoluta negação da ciência, estabeleceu uma guerra cultural através de potente comunicação. Levou as pessoas ao encontro do vírus sem as devidas medidas sanitárias, promovendo um falso sentimento de proteção, com propaganda mentirosa da eficácia de medicamentos", acrescentou. Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro contraria as recomendações médicas de proteção contra o vírus.

O sindicalista defendeu reforçar o estratégico complexo econômico e industrial da saúde para produção nacional integrada de vacinas, que foi vitimado com o corte de investimentos em ciência e inovação.

A presidenta da UBM, Vanja Andréa Santos, ressaltou a importância de colocar no centro do debate nacional a necessidade de "manter viva essa memória do que tem acontecido no Brasil, essa forma genocida com que foi tratado o povo brasileiro e a forma com que o governo tem lidado com essa situação pandêmica, para que lembremos sempre e que não permitamos que isso aconteça mais".

"Em toda as esferas, seja na saúde, na economia, na segurança e na seguridade, os impactos da pandemia foram exacerbados para as mulheres, para as brasileiras, para as meninas. Nós vimos vários dados que foram apresentados e que temos nos apropriado pela imprensa, e isso nos remete a uma preocupação intensa com este momento brasileiro, sobretudo, com o futuro das mulheres", alertou.

O debate ocorreu na semana em que se comemora o Dia Nacional da Vacinação (17 de outubro), que tem o objetivo de mobilizar a sociedade para a conscientização da importância da imunização contra doenças.