Parlamentares do PCdoB definiram, nesta quarta-feira (7), após consulta à direção da legenda, o nome da deputada Alice Portugal (BA) para assumir a liderança do partido na Câmara em 2017. Alice substitui o deputado Daniel Almeida (BA), que exerceu a função em 2016.

A escolha se deu em meio a um cenário de resistência às pautas conservadoras encabeçadas pelo governo de Temer após o golpe. “Foi uma escolha por unanimidade da nossa Bancada, a partir de consultas que fizemos no partido. 2016 foi um ano muito difícil, mas a Bancada esteve unida, e, seguramente, Alice dará sequência a esse trabalho pela competência, experiência e capacidade política que tem”, afirma o deputado Daniel Almeida.

A liderança de Alice vem no mesmo ano em que completa 39 anos de militância no PCdoB. Em seu quarto mandato, é a primeira vez que ela assume a função e projeta as prioridades do embate político em 2017.

“Este ano, enfrentaremos o conteúdo do golpe: as reformas da Previdência e a trabalhista. É um momento de grande responsabilidade, mas terei junto comigo uma Bancada combativa, de tradição, que traz as insígnias de João Amazonas, Maurício Grabois; que traz a luta pela pluralidade do conceito de liberdade religiosa, de luta contra o racismo e em defesa dos direitos da mulher. É com esta bagagem que lutaremos contra essas imposições neoliberais que estamos vivendo”, afirma Alice Portugal.

Segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), a deputada figura entre os 100 mais influentes do Congresso e usará suas habilidades como articuladora e debatedora para ampliar os espaços de diálogo da legenda no Parlamento.

Alice já presidiu a Comissão de Cultura da Casa e é árdua defensora de ideias e propostas que acredita que beneficiarão o povo brasileiro. Farmacêutica de profissão, busca melhorias para a categoria no Parlamento. É uma das principais articuladoras na Câmara da votação do Projeto de Lei (PL) 2295/2000, que fixa em 30 horas a carga de trabalho de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Também foi figura importante para a aprovação do PL 4385/1994, que deu origem à lei 13.021/2014, que regulamenta a assistência farmacêutica e obriga a presença de um profissional no estabelecimento durante seu funcionamento.

É autora de importantes leis, como a 13.271/2016, que proíbe a revista íntima de funcionárias nos locais de trabalho; a 12.819/2013, que inclui o dia 02 de julho como data histórica no calendário das efemérides nacionais; e a 12.840/2013, que destina aos museus públicos as obras de arte ou históricas apreendidas em operações da Receita Federal.

Também teve importante atuação na aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), que destinou 10% do Produto Interno Bruto (PIB) à educação brasileira; e na aprovação da aposentadoria das mulheres policiais – demanda antiga da categoria, que virou lei em 2014.